terça-feira, 5 de julho de 2011

Sobre a finitude das coisas...

"Alguma coisa me aconteceu
E tudo parece fugir para outro lugar
Estrelas tristes tentam me explicar
E nada acontece se dissipam todas pelo ar"

Pensar no “fim” pode nos trazer diversas reflexões: boas e ruins. Ainda assim, é difícil ter que lidar com o fato de que tudo um dia pode/vai acabar.
Os momentos agradáveis que passam, os amigos que partem para outro lugar, relacionamentos rompidos... vidas interrompidas. Tudo chega a um fim.
Quem já não provou um prato saboroso e ficou com aquele gostinho de “quero mais”?
E é justamente esse “gostinho de quero mais” que nos faz buscar algo que vá além... por isso é tão difícil as vezes ter que aceitar que simplesmente acabou.
Mas será mesmo que tudo, absolutamente tudo, tem mesmo um fim?
A semana recomeça e me traz justamente esta perspectiva: Recomeçar!
Já dizia Lavoisier: “na natureza nada se perde, nada se cria; tudo se transforma”.
Perspectiva de ciclos, etapas que se encerram, mas vêm dar lugar a algo novo.
Aquilo que foi vivido e já passou, não se perde não. Permanece na memória e na história daqueles que viveram... só não permanece aquilo que nunca existiu, que nunca foi vivido.

Perceber o fim como a perspectiva de um novo começo;
Perceber que a ausência é algo relativo, que por vezes a sentimos, mesmo na presença;
Perceber que “a saudade é uma forma de ficar”;
Perceber que a alegria da “ volta” só sente aquele que experimentou a dor da “partida”, e aquele prato saboroso é muito mais saboroso quando ficamos tempos sem prová-lo...
Perceber que nossas próprias escolhas podem determinar se dado momento vai ser o fim ou o recomeço...
… é perceber que a finitude das coisas depende muito mais da forma como a enxergamos, e de como decidimos viver cada momento.
Nos apegando ao que já passou ou buscando viver o que ainda se pode viver.

Percebo que o que eu mais quero é viver! Viver o quanto eu puder! Pois a vida é o presente (não é passado e nem futuro)... presente... é dom de Deus!

Esse post é dedicado a grandes amigos que me deram outras perspectivas sobre a finitude das coisas:
Ana Mainardi e Taísa Piacentini, que me mostraram que o amor não busca dependência e nem apego, mas liberta... / Lucas Katsui, que me mostrou o quanto devemos procurar aproveitar cada dia como se fosse o ultimo... / Fabio... paciente que perdi há uma semana para a morte, mas que iniciou esta reflexão em mim, e espero que esteja agora descansando junto ao Pai...

... e a vida continua nos próximos capítulos... ... nas próximas postagens.

Amém!


2 comentários:

Anônimo disse...

Belo texto, Mario. Emocionou!

Marius disse...

"Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer.
Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.
Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
Sua maldade, então, deixaram Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do iní­cio ao fim.
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi."