domingo, 26 de junho de 2011

Cuidar de mim mesmo...

Tempo de voltar aos estudos, pensar em pós graduação, residência... falando nisso, tem uma aula que deveria ser incluída na grade curricular da graduação, principalmente daqueles que tem por ofício "cuidar dos outros":
- CUIDAR DE SÍ MESMO (introdução ao auto cuidado / importância do auto cuidado / como cuidar de si mesmo [teórico e imersão prática] / aplicando o auto cuidado ao cuidado com os outros). Pra alguns casos até uma extensão: cuide mais da sua vida, ao invés de cuidar tanto da vida dos outros! Haha. Legal não acham? Aliás, seria uma boa na formação de qualquer ser humano.
Mas pensando bem, se todo mundo soubesse cuidar bem da própria vida, nosso trabalho como profissionais da área da saúde diminuiria consideravelmente!!!! Hahaha... é um dilema! Então fica como tá né... haha. Tá ruim, ma tá baum!

Brincadeiras a parte, hoje é dia de mudar o foco.
Já errei na vida me colocando como o centro do meu viver. Já errei na vida colocando outra pessoa como centro do meu viver. Hoje vejo que colocando pessoas, seja eu mesmo ou um outro alguém, como foco... como prioridade... sempre vou acabar me perdendo, pois pessoas são finitas, pessoas são imperfeitas.
Que caminho seguir então?
"Só existe um caminho... eu sou o caminho, a verdade, a vida" (Jo 14,6)

Ando questionando muito a Deus, dos porquês de tantas coisas acontecendo, que ao meu ver não deveriam ser bem assim... não consigo me conformar as vezes com tanta coisa boa se perdendo, tanta coisa ruim acontecendo, e isso não só no âmbito pessoal, mas em comunidade, na sociedade, na nação, no mundo.
Mas Deus veio responder a mim, de forma pessoal, que por mais que as vezes algo não faça sentido ou seja sofrido, "algo bom vai acontecer, algo bom Deus tem para nós...". Um bom dia de trabalho, mesmo que num ambiente que faz lembrar uma realidade dolorosa... um encontro com a alegria de louvar a Ele, mesmo em meio a dificuldades e imprevistos...
Hoje vejo, que tendo Ele como foco, a vida pode seguir no seu trilho, sem que eu me perca. Pois Ele me guia no caminho certo, por mais que as vezes pareça errado, sofrido...
Assim posso entender que Deus tem sim um "plano", pois só quem planeja muito bem alguma coisa, pode fazer tanta coisa se encaixar, fazer sentido, mesmo vindo de um aparente caos. O quebra-cabeças da vida começa a fazer sentido, a tempestade dando lugar a um mar de possibilidades... quero ir pra águas mais profundas!
Saber que Deus tem um plano sim, mas que isso não nos faz reféns de "Sua" vontade e do "Seu" plano, mas que Ele espera que por minha própria vontade e por minhas próprias escolhas siga numa direção... em Sua direção. Não acredito em destino e nem em acaso ou coincidências... cada vez mais vejo que "tudo é providência". E Ele providencia! As vezes não o que queremos, mas sempre o que precisamos. Pois Ele me ama.
Aprendi que por que Ele me ama, Ele é um Deus ciumento, assim como nos diz Paulo (2Cor 11,1-2). Ciumento a ponto de não deixar que eu ame alguém, mais do que a Ele.
Quem ama cuida... e sei que Ele cuida de mim. Eu também o amo, então, como sei que o jeito dEle se fazer vivo, e esse Deus que amo é um Deus vivo... vive através de nós... então me cuidarei... e cuidarei também de quem eu amo.

Amém...

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Irmãos, 1oxalá pudésseis suportar um pouco de insensatez, da minha parte. Na verdade, vós me suportais. 2Sinto por vós um amor ciumento semelhante ao amor que Deus vos tem. (2Cor 11,1-2)

Obs: o Sentido de terminar os posts com um amém, é o mesmo sentido de seguir tendo Deus como centro da minha existência e do meu dia-a-dia. Fazer dos meus posts uma oração, fazer da minha vida uma oração. Então... OREMOS!

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Que assim seja...

Lá se vão 7 anos, mas continua atual como nunca antes... ou como sempre fora...

Que assim seja, de 30/11/2004

Que os outros não achem que estou bravo quando na verdade estou triste. E nem pensem que estou triste quando estou apenas cansado.
Que sejam pacientes quando eu não estiver bem e que percebam quando isso acontece.
Que os outros possam me entender, ou ao menos tentar entender, e mesmo quando eu não consiga me expressar, que possam me aceitar.
Que os outros me falem de seus sonhos, planos, crenças, expectativas, passado, futuro, se assim quiserem e se em mim confiarem.
Que compartilhem comigo suas angústias, medos, erros, frustrações, e que eu compartilhe com elas as minhas próprias, para que juntos possamos crescer.
Que os outros sejam sempre verdadeiros comigo e não me bajulem, mas que “sejam sinceros nas suas apreciações e pródigos nos seus elogios”.
Que não tenham receio de dizer algo só para não me magoar ou chatear, e que me critiquem quando eu estiver errado para que eu possa tentar ser melhor.
Que as pessoas especiais em minha vida saibam o quanto as amo mesmo que eu nunca lhes diga, e que não duvidem e nem se esqueçam se um dia eu já tiver lhes dito.
Que me perdoem se algum dia eu lhes faltar ou lhes magoar, pois como todos os outros sou um ser imperfeito, incompleto, que erra e se engana, mas que sempre busca aprender, melhorar... e que só quer mesmo é ser feliz.
Que assim seja e que Deus nos abençoe... Amém.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sobre sentimentos e comportamentos

É... eu sou um ser pensante, e hoje, depois de ter passado por períodos de "sobrecarga" de tarefas e afazeres que me ocupavam 10... 12... 16... 20 horas por dia, muitas vezes 7 dias por semana... (isso te lembra alguém?) hoje sei o quanto me faz falta um tempinho pra poder simplesmente pensar... as vezes divagar... mas principalmente pra entender (ou tentar entender) aquilo que se passa.

Se ater aos deveres, tarefas, trabalhos... ainda mais quando não se está gozando dos possíveis benefícios que provém deles... remete a uma sensação de determinismo, automatismo... e isso é uma sensação realmente ruim... limitadora... uma droga!

Cadê a minha liberdade de fazer o que eu quero, como eu quero... de poder simplesmente não fazer nada? É... essa “liberdade” de fazer o que eu quiser, como eu quiser, ou até mesmo de não fazer... creio ser um tanto utópica, pois como seres sociais, pertencentes e participantes de um ambiente, nossos comportamentos também são regidos por exigências externas a nós... temos sim deveres e obrigações para com outros, as quais são importantes também que sejam cumpridas.

Como se libertar então nesse contexto? Aí retomo o inicio da conversa... pensar e entender.

Fala-se muito em buscar a felicidade, em sentir-se bem... em sentir-se livre, mas como conseguir chegar a essas “sensações”? Será que seremos sempre “movidos” pelos sentimentos/emoções e num ciclo estaremos sempre buscando alcançar essas sensações, esses estados de espírito? Mas espere um pouco... as emoções/sentimentos são, por definição, respostas “automáticas” a algum estímulo. Será que estaremos então sendo governados por “respostas automáticas”? Buscando respostas automáticas? Onde está a minha liberdade e a minha possibilidade de controle nesse esquema? O que vivi e aprendi até hoje, e venho procurado aprender e conhecer mais, me leva a mudar um pouco o foco das coisas.

Como um bom e legítimo ser “idealista” e “pensante”, e com todo o senso crítico que está embutido nesses adjetivos, acabava por muitas vezes focando o “ideal” o “perfeito”. Triste, pois estes sempre acabam parecendo muito distantes, ainda mais quando se observam todos os problemas e defeitos que separam a “real condição” da “condição ideal”. Pior ainda pensar em felicidade, bem estar e sensação de liberdade... se eu chego a conclusão de que esses são “sentimentos” ou “estados de espírito”... sensações que por definição são coisas que deveriam ser automáticas... acontecerem naturalmente. Então o dilema... como conseguir algo que deveria acontecer naturalmente? É possível ter alguma autonomia ou controle sobre esses eventos e sobre nossa própria vida? Mas é claro que sim!

Sempre tive fé nisso, mas hoje consigo “entender” melhor. E nada melhor do que o entendimento/conhecimento para nos libertar. “Só a verdade nos liberta”.

O que começo a entender e aceitar é que sobre respostas automáticas (e/ou respostas condicionadas) não temos realmente um controle, mas para que essas respostas apareçam é necessário um estímulo, um “comportamento” que as gera, e que por sua vez, a partir da resposta, cria novos comportamentos... e assim sucessivamente. Poder identificar esses “comportamentos”, de onde eles surgem e o que causam é algo realmente revelador... diria mesmo “libertador”. Vislumbrar o fato e mudar o foco dos sentimentos para os eventos que os desencadeiam, eventos esses que podemos sim controlar, aprender, modelar... me dá uma nova perspectiva.

Poder perceber, pensar e entender que sou um ser que não é nem escravo dos sentimentos e nem refém do determinismo de “estímulo-resposta”, é poder perceber que tenho minhas próprias contingências, que englobam meus comportamentos e meus sentimentos, e nesse contexto posso agir.

Ser piloto de mim mesmo, poder ser quem eu sou. Isso eu adquiro quando deixo de ser refém das emoções e quando conheço realmente quem sou. Pra dirigir é preciso conhecer o funcionamento do veículo, quais as suas reações a determinados estímulos, quais as suas características e suas limitações. Então posso seguir seja pra onde for.

Hoje, mas que a felicidade, busco o discernimento. Só assim deixo de focar a utopia distante... o ultimo degrau da escada, e posso ver o que é real para mim hoje, o passo que dei, o degrau que subi hoje! Assim a felicidade aparece a cada passo, em cada degrau... é consequência da caminhada, não o fim.

Sejamos felizes, hoje e sempre! Amém