terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

RETOMANDO O VELHO OFICIO

"Onde estará aquele que eu concebi?
Confiei aos cuidados teus e agora não está aqui?
Onde andarás o que um dia se descuidou?
Acaso os erros que cometeu são maiores que os teus? (...)"


Onde estará aquele que aqui escrevia?
Que aqui deixava registradas seus frases, paráfrases
Seus pensamentos soltos traduzidos em palavras,
muitas destas apenas "emprestadas" de outros pensadores,
mas totalmente inseridas na existência deste humilde aprendiz.

Andou por muitos caminhos
Descobriu novos horizontes
Vislumbrou outras perspectivas
Mas também tropeçou e caiu
Viu/construiu novas barreiras
e voltou a velhos dilemas e angustias.

Mas hoje está de volta...
ao velho oficio
oficio de contar historias
historias que não são apenas historias
mas partes de uma vida
Vida que neste contexto de palavras repetidas
não é uma, e sim várias.

Variáveis que nos remetem a algo em comum
mas que nos levam a múltiplos destinos
Destinos singulares.

Aonde iremos?
Seguiremos.
Até onde?
Até onde possamos esperar...
até onde possamos alcançar.

"(...) Onde se esconde aquele que foi difamado?

Não pudeste limpar ao menos seu nome?

Olha sou eu, se ele sofre sou eu.

Falam de mim pois seu rosto é o meu.

Como receberás o sol noutro dia?

A luz te lembrará o semblante dele.

em cada manhã verás sua imagem.

Até que consoles o meu coração.

Onde está o teu irmão?

Como estará aquele que adoeceu?

Quando a enfermidade chegou teu compromisso acabou?

Como andarás o que era de tua casa?

Novamente responderás: "Acaso sou eu o seu guarda?"

Braços fortes te dei, pra levantá-lo.

Meu amor eu te dei, pra aliviar a dor.

Que ele enfrentou por querer e não ser fiel.

Mas igual a ti ele espera o céu."


Onde Está o Teu Irmão - Walmir Alencar