quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PRECE DA SERENIDADE

Concedei-me, Senhor
a serenidade necessária
para aceitar as coisas que não posso modificar,
coragem para modificar aquelas que posso
e sabedoria para distinguir umas das outras,
vivendo um dia de cada vez,
desfrutando um momento de cada vez,
aceitando as dificuldades
como um caminho para alcançar a paz,
considerando o mundo como ele é
e não como eu gostaria que fosse,
confiando em Ti, meu Deus, para endireitar todas as coisas
para que eu possa ser moderadamente feliz nesta vida
e sumamente feliz contigo na eternidade.

Reinhold Niebuhr
Teólogo Americano

sábado, 13 de agosto de 2011

Egoísmo

"Sinto falta de você, 
Mas sinto falta é de tudo o que é seu e que me falta.
Sinto falta de minhas faltas que em você não faltam.
Sinto falta do que eu gostaria de ser e que você já é.
Estranho jeito de carecer, de parecer amor.
Hoje, nesse ímpeto de honestidade que me faz dizer,
Eu descobri minhas carências inconfessáveis
Que insisto em manter veladas.
Acessei o baú de minhas razões inconscientes
E descobri um motivo para não continuar mentindo.
Hoje eu quero lhe confessar o meu não amor,
Mesmo que pareça ser. Eu não tenho direito de adentrar seu território
Com o objetivo de lhe roubar a escritura.
Amor só vale a pena se for para ampliar o que já temos.
Você era melhor antes de mim, e só agora posso ver.
Nessa vida de fachadas tão atraentes e fascinantes;
Nestes tempos de retirados e retirantes,
Sequestrados e sequestradores,
A gente corre o risco
De não saber exatamente quem somos.
Mas o tempo de saber já chegou
Não quero mais conviver com meu lado obscuro,
E, por isso, ouso direcionar meus braços
Na direção da dose de honestidade que hoje me cabe.
Hoje quero confessar meu egoísmo.
Quem sabe assim eu possa
Ainda que por um instante amar você de verdade.
Perdoe-me se meu amor chegou tarde demais,
Se meu querer bem é inoportuno e em hora errada.
É hoje que eu quero confessar meu desatino,
Meu segredo tão desconcertante:
Ao dizer que sinto falta de você
Eu sinto falta é de mim mesmo."

(Pe. Fabio de Melo in Quem me Roubou de Mim? O sequestro da subjetividade e o desafio de ser pessoa.)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Crescer é...

Ser cada dia um pouco mais nós mesmos. ...
Dar espontaneamente sem cobrar inconscientemente. ...
Aprender a ser feliz de dentro para fora. ...
Buscar no próximo um meio de nos prolongarmos. ...
Sentir a vida na natureza. ...
Entender a morte como natural da vida. ...
Conseguir a calma na hora do caos. ...
Ter sempre uma arma para lutar e uma razão para ir em frente. ...
Saber a hora exata de parar e buscar um algo novo. ...
Não devanear sobre o passado, mas trabalhar em cima dele para o futuro. ...
Reconhecer nossos erros e valorizar nossas virtudes. ...
Conseguir a liberdade com equilíbrio para não sermos libertinos. ...
Saber que nada nem ninguém é totalmente bom ou mal. ...
Exigir dos outros, apenas o que nós damos a eles. ...
Realizar sempre algo edificante. ...
Ser responsável por nossos atos e por suas conseqüências. ...
Entender que temos o espaço de uma vida inteira para crescer. ...
Nos amarmos para que possamos amar os outros como nós mesmos. ...
Assumir que nunca seremos grandes, mas que o importante
é estar sempre em crescimento.
(Elenice Rampazzo)


Texto que chegou a mim como presente antecipado, mas compartilho com todos, pois dividir também nos faz crescer!
Que continuemos crescendo... "assim como era no princípio, agora e sempre".
Amém!

sábado, 16 de julho de 2011

Pequena análise de mim mesmo...

Não me agradam muito os pré-conceitos, os estereótipos e nem as análises superficiais acerca de algo. Não me agradam "enquadramentos", julgamentos, ainda mais quando feitos a partir de descrições topográficas, sem considerar os contextos e o ambiente no qual a pessoa está inserida.
Que se dirá de uma análise, desse tipo, feita da nossa própria pessoa!
Infelizmente (ou não) estamos sujeitos a esse tipo de avaliação a todo momento. Muitas vezes, inclusive, caímos nessas mesmas armadilhas e nos vemos fazendo os mesmos tipos de análises... superficiais.
Bom ou ruim, creio que sempre podemos aproveitar algo, mesmo daquilo que é mais tosco, e com isso ampliar nossa visão daquilo que podemos chamar de REALIDADE.

Sendo assim, e já que minha produção literária anda em baixa, devido ao acúmulo de afazeres cotidianos, postarei o produto de mais um desses apps de uma conhecida Rede Social. Por mais limitada e superficial que possa ser, me fez uma análise interessante, e o que me deixou mais contente... de certa forma, bem condizente com o que eu mesmo posso me considerar ser.
Mas atenção! Cuidado com esse tipo de análise! Não é a toa que se chama "Quiz Monstro"! rs.
Segundo o qual eu sou...

Idade mental: My Result: 30 anos
Você age como um adulto que entende suas responsabilidades, procura organizar seu tempo para se dividir entre os afazeres, é maduro nos relacionamentos e procura sempre se envolver em atividades que vão lhe acrescentar algo.

Ponto de encontro entre o espiritual e o material, você vive de sonhos e desejos, é uma pessoa profundamente sentimental, mas repleta de buscas, pode planejar suas ações mas tende a alguma desorganização em virtude de ser alguém muito guiado pelas emoções e pela intuição. Corre o risco de se tornar excessivamente dependente dos vários tipos de prazer, mas por outro lado é o único capaz de harmonizar fé e matéria, sonho e realidade.

Área da medicina que deveria atuar: My Result: Clínico Geral
Você é abrangente, não se fixa muito em apenas uma coisa e gosta de novos conhecimentos. Gosta de desafios e quebra-cabeças. Os diagnósticos são peças de um quebra-cabeças e você gostará de juntá-las.

Tipo de amante que eu sou: My Result: O Romântico
São POUQUÍSSIMOS que nem você. Sua raça está quase extinta do planeta. Seu amor é verdadeiro, puro, e extremamente forte. Não mede esforços para agradar seu amor. Amor como o seu só se vê em filmes de romance. Carinhoso, fiel, atencioso, você largaria mão de muita coisa apenas para estar com a pessoa amada. Sortudo (a) é aquele (a) que tem seu coração, pois para esse você não deixa faltar nada. Apesar de ser a pessoa ideal para um relacionamento, provavelmente você está sozinho e depressivo. Só se fode na vida amorosa e constantemente se pergunta por que só você está sozinho. Você só nasceu na época errada. Talvez em 1956 você se desse bem... Hoje em dia bonzinho só se fode!

É isso aí. Esse é o Mario, segundo o quiz monstro.
Esse sou eu?

Me conheça e tire suas próprias conclusões.
(Só pra constar: completo 30 anos daqui a duas semanas, atuo como clínico geral e amo sim o que faço, embora meu sonho ser a pediatria e a hematologia... e sim, sou um ser extremamente passional e romântico, embora nem todos tenham a oportunidade de conhecer essa parte de mim... e tenho muitas vezes que concordar: bonzinho s'o se fode =/ )

Abraço e ótimo final de semana a todos que ainda perdem tempo lendo essas postagens.
Semana terminando com perspectivas de novos textos. Só falta passar a produção mental para o verbal e literal (ou melhor, literário).


Postagem especial para minha terapeuta, bem melhor que esse quiz, diga-se de passagem.
Será que vai render mais uma sessão? rs.
É... e pra quem não sabia, eu faço terapia.
E é... analise do comportamento é o que há! =D

domingo, 10 de julho de 2011

O Caderno

"Eu não sei se você se recorda do seu primeiro caderno,
Eu me recordo do meu.
Com ele eu aprendi muita coisa.
Foi nele que descobri que a experiência dos erros, ela é tão importante quanto à experiência dos acertos. Porque vistos de um jeito certo, os erros, eles nos preparam para nossas vitórias e conquistas futuras.
Por que não há aprendizado na vida que não passe pela experiência dos erros.
O caderno é uma metáfora da vida.
Quando erros cometidos eram demais eu me recordo que nossa professora nos sugeria que a gente virasse a pagina.
Era um jeito interessante de descobrir a graça que há nos recomeços.
Ao virar a pagina os erros cometidos deixavam de nos incomodar e a partir deles a gente seguia um pouco mais crescidos.
O caderno nos ensina que erros não precisam ser fontes de castigos,
Erros podem ser fontes de virtudes
Na vida é a mesma coisa.
O erro tem que estar a serviço do aprendizado,
Ele não tem que ser fonte de culpas, de vergonhas.
Nenhum ser humano pode ser verdadeiramente grande sem que seja capaz de reconhecer os erros que cometeu na vida.
Uma coisa é a gente se arrepender do que fez, outra coisa é a gente se sentir culpado
Culpas nos paralisam, arrependimentos não.
Eles nos lançam pra frente, nos ajudam a corrigir os erros cometidos.
Deus é semelhante a um caderno.
Ele nos permite os erros pra que a gente aprenda a fazer do jeito certo
Você tem errado muito? Não importa! Aceite de Deus esta nova pagina de vida que tem nome de hoje
Recorde-se das lições do seu primeiro caderno
Quando os erros são demais, vire a pagina"


Pe. Fabio de Melo s.c.j.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mais além...

Post musical...

Como dizem as musicas:
"As vezes fico com saudades de momentos que eu ainda não vivi"* e
"...meu vicio de insistir nessa saudade que eu sinto, de tudo que eu ainda não vi"**.

Não quero viver na expectativa de algo que pode acontecer... Quero ir MAIS ALÉM...
...quero fazer acontecer, pois no fim o que importa é apenas aquilo que se viveu,
e não aquilo que se quis mas deixou de viver...
e deixar de viver, trocando em miúdos, é o mesmo que morrer.
É... no fim das contas, acho que é assim que eu sou... tenho sede de viver.
Tenho sede de ir mais além...

Hoje eu acordei com o barulho da janela
Dos sonhos que sonhei, eu não mais via ela
O som da solidão soprou em minha porta
Eu perdi meu chão e o que eu mais amava

[refrão]
Uh, uh onde está a minha fé e o que ela me dava?
Uh, uh sem perder a razão ela me transformava
Não sou capaz de tudo compreender
Mas sinto que preciso achar Você
Eu vou voar pra muito mais além
Do que eu consigo acreditar, do que posso perceber
Vou voar, pra muito mais além
Do que eu consigo enxergar, do que eu posso entender
Vou voar pra muito mais além
Porque preciso encontrar a paz que existe atrás do Seu olhar

E o medo me tomou sem pedir licença
Um vazio então ficou sem sua presença
E a água que eu buscava da minha sede eterna
Eu não sei bem a razão faltou ao meu coração

Sem perceber eu me perdi de mim
Eu sei que eu deixei pra trás o que me equilibrava
A vida é tão curta e eu não via assim
Prefiro me arriscar do que nunca me encontrar


Amém...

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Sobre a finitude das coisas...

"Alguma coisa me aconteceu
E tudo parece fugir para outro lugar
Estrelas tristes tentam me explicar
E nada acontece se dissipam todas pelo ar"

Pensar no “fim” pode nos trazer diversas reflexões: boas e ruins. Ainda assim, é difícil ter que lidar com o fato de que tudo um dia pode/vai acabar.
Os momentos agradáveis que passam, os amigos que partem para outro lugar, relacionamentos rompidos... vidas interrompidas. Tudo chega a um fim.
Quem já não provou um prato saboroso e ficou com aquele gostinho de “quero mais”?
E é justamente esse “gostinho de quero mais” que nos faz buscar algo que vá além... por isso é tão difícil as vezes ter que aceitar que simplesmente acabou.
Mas será mesmo que tudo, absolutamente tudo, tem mesmo um fim?
A semana recomeça e me traz justamente esta perspectiva: Recomeçar!
Já dizia Lavoisier: “na natureza nada se perde, nada se cria; tudo se transforma”.
Perspectiva de ciclos, etapas que se encerram, mas vêm dar lugar a algo novo.
Aquilo que foi vivido e já passou, não se perde não. Permanece na memória e na história daqueles que viveram... só não permanece aquilo que nunca existiu, que nunca foi vivido.

Perceber o fim como a perspectiva de um novo começo;
Perceber que a ausência é algo relativo, que por vezes a sentimos, mesmo na presença;
Perceber que “a saudade é uma forma de ficar”;
Perceber que a alegria da “ volta” só sente aquele que experimentou a dor da “partida”, e aquele prato saboroso é muito mais saboroso quando ficamos tempos sem prová-lo...
Perceber que nossas próprias escolhas podem determinar se dado momento vai ser o fim ou o recomeço...
… é perceber que a finitude das coisas depende muito mais da forma como a enxergamos, e de como decidimos viver cada momento.
Nos apegando ao que já passou ou buscando viver o que ainda se pode viver.

Percebo que o que eu mais quero é viver! Viver o quanto eu puder! Pois a vida é o presente (não é passado e nem futuro)... presente... é dom de Deus!

Esse post é dedicado a grandes amigos que me deram outras perspectivas sobre a finitude das coisas:
Ana Mainardi e Taísa Piacentini, que me mostraram que o amor não busca dependência e nem apego, mas liberta... / Lucas Katsui, que me mostrou o quanto devemos procurar aproveitar cada dia como se fosse o ultimo... / Fabio... paciente que perdi há uma semana para a morte, mas que iniciou esta reflexão em mim, e espero que esteja agora descansando junto ao Pai...

... e a vida continua nos próximos capítulos... ... nas próximas postagens.

Amém!